O costume é algo estranho.
Cada um tem suas loucuras, eu tenho um monte, é
claro. Uma delas é ler ouvindo música. Lembro-me de um amigo do meu tio que
ficou estarrecido com a cena. “Credo! Você é doido. Como você consegue? Eu
jamais conseguiria. Barulho me atrapalha a concentrar”. Expliquei que sempre
foi assim. Mas também é a única coisa que posso me vangloriar, pois sou muito
tapado. É sério. Tenho minhas dúvidas se consigo subir escada mastigando
chiclete. Pelo menos era o que minha mãe costumava dizer. Mas eu contradizia
com humor que pelo menos na escada rolante eu me garantia. Mas começo a duvidar
disso também.
Bem voltando ao que interessa...
A cena foi bem engraçada. Mas sempre tive esse
costume bizarro. Eu fui forçado a tê-lo, na verdade. Meu irmão mais velho
sempre ouvia seu funk a toda altura em casa. E era um incomodo horrível. Parecia
um terremoto. Tudo tremia. O vidro, os vasos, a cama, a casa, o planeta... A
música já era riquíssima em vocabulário, além de incríveis apologias e duplos
sentidos. Ou seja, um poço de cultura. É quase impossível não se vê perturbado
por aquele ritual satânico... opa, quero dizer: MÚSICA.(Até parece!)
A solução foi: Ou você aprende a bloquear a mente ou
nunca conseguirá fazer nada. Então com o tempo peguei o jeito. Hoje já não me
importo. Pode passar um carro automotivo com som de mulher gemendo o quanto
quiser que nem me importo. Leio em qualquer lugar. Só não consigo ler em
movimento, pois a oscilação me dá dor de cabeça com o tempo.
Mas é isso. Um costume de doido.
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